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quinta-feira, 22 de agosto de 2013

SEM DOR, SEM GANHO

Pain Gain-EUA
Ano: 2013 - Dirigido por: Michael Bay
Elenco: Mark Wahlberg, Dwayne Johnson, Ed Harris.

NOTA: «««««

Sinopse: Flórida. Daniel Lugo (Mark Wahlberg) é um fisiculturista que sonha com o chamado "sonho americano", no qual tem dinheiro à vontade para levar a vida como quiser. Para alcançar este objetivo ele conta com a ajuda de um colega, Adrian Doorbal (Anthony Mackie), e do ex-presidiário Paul Doyle (Dwayne Johnson). Juntos eles planejam o sequestro e a extorsão de um conhecido criminoso local, Victor Kershaw (Tony Shalhoub). Só que, ao realizarem o golpe, eles não contavam com as inevitáveis consequências que ele traria.


O que falar de um filme de Michael Bay? Repetir as mesmas afirmações frequentemente colocadas em pauta ao longo desses anos? A questão é: Michael Bay é um diretor da massa, faz filmes para o grande público e este retribui com boa bilheteria em cada um dos seus trabalhos. O estrelato absoluto chegou com a franquia “Transformers”, mas já vinha aflorando com filmes como “Bad Boys I e II”, “Armageddon”, “Pearl Harbor” e “A Ilha”, todos tremendamente bem recebidos pelo público. Não tanto pela crítica. 

Michael Bay é um diretor que divide e sempre dividirá opiniões. Vai de acordo com cada pessoa se identificar ou não com os exageros do diretor. Particularmente não guardo ódio de Bay como muitos, sempre vou assistir os seus filmes sem grandes pretensões já sabendo o que vou encarar pela frente. O grande problema é que para mim Michael Bay soa não só como um péssimo realizador, incapaz de atingir o ápice de emoção nas cenas, como também um diretor que se esconde por trás de maneirismos e efeitos, e no fim, a proposta de diversão é prejudicada por causa unicamente de Bay. 


Bay ama surtar com a câmera, e pelo visto, influencia completamente a equipe de edição que segue trilhando o gosto do diretor. Takes rápidos, cortes súbitos, uma história que nunca se tem tempo para respirar, é sempre agitada cheia de acontecimentos e reviravoltas sequenciais (algo que faz parte dos seus filmes). E neste “Sem Dor, Sem Ganho” (primeiro filme após cinco anos envolvido com “Transformers”) não é diferente. 

Na trama, dois fisiculturistas (Mark Wahlberg e Anthony Mackie) e um ex-presidiário (Dwayne Johnson) se unem para sequestrar um conhecido criminoso da Flórida (Tony Shalhoub) para obrigá-lo a assassinar alguns documentos que fará toda sua fortuna passar para as mãos dos três rapazes. Obviamente, nada sai como o planejado e a situação fica cada vez mais e mais perigosa. 


Diz ser uma história baseada em fatos reais – Michael Bay até mostra a foto verdadeira de alguns personagens nos créditos finais – “Sem Dor, Sem Ganho” entra nas características já mencionadas anteriormente nesse texto e que, ao menos eu, não consigo me identificar. Primeiro por ser um filme longo. Segundo porque Michael Bay é um diretor cujo estilo começa suportável, mas depois de uma hora já se torna cansativo e repetitivo. E terceiro porque Bay busca sempre transformar cada cena em algo empolgante e frenético que em nenhum momento consegui entrar no clima e me divertir com os personagens e as reviravoltas malucas do roteiro. Há momentos de puro humor sádico que me fizeram ter saudades de “Breaking Bad” e da competência com que se fazia isso na série. Mas aqui... 

Tenho certeza absoluta que muitos vão gostar de “Sem Dor, Sem Ganho”, principalmente os fãs do diretor. A meu ver, toda a intenção de Michael Bay em fazer uma comédia, ou um filme de ação, ou um filme de guerra se perdem por causa da má estrutura da história e, acima de tudo, da péssima estrutura narrativa que bagunça todo o material e cansa a paciência. Nem mesmo a presença de Dwayne Johnson, que acho muito simpático, salva este filme do tédio e do marasmo.

Comentário por Matheus C. Vilela

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