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sexta-feira, 21 de junho de 2013

Especial Superman: SUPERMAN II - A AVENTURA CONTINUA

Superman II-EUA
Ano: 1980 - Dirigido por: Richard Lester

Sinopse: Três perigosos prisioneiros do extinto planeta Krypton, que estavam confinados na Zona Fantasma, se libertam graças à uma explosão. O trio parte então para a Terra, onde passam a ter os mesmos poderes do Super-Homem, mas o objetivo deles é dominar o planeta.


Vou começar esTe texto dizendo logo de imediato que não sou um grande apreciador do Superman. Respeito os fãs, mas... Gosto é gosto! No entanto, aprecio e muito o primeiro filme lançado em 1978 que apresentou ao mundo o Homem de Aço e fez todos acreditarem que era possível o homem voar. O clássico filme dirigido por Richard Donner possuía todos os atributos certeiros para o seu êxito. Tinha ação, humor, heroísmo, romance e uma produção sofisticada para a época. Não era necessariamente um filme de super-herói como estamos acostumados hoje em dia, mas era, e continua sendo, uma aventura de primeira.

Portanto, é de se criar uma grande expectativa em torno de sua continuação. Dois anos depois chegava aos cinemas “Superman II – A Aventura Continua” em volta de muitos problemas durante a produção, mas, mantendo o equilíbrio do anterior e dando continuidade a mitologia do herói.


Os problemas na produção de Superman II começaram com o diretor Richard Donner. Tensões entre ele e os produtores do filme foram decisivas para sua saída do projeto, resultando na entrada do produtor Richard Lester (que tinha sido produtor no primeiro e nesta sequencia estava no cargo de segundo diretor) assumir a frente após a demissão de Donner pelos produtores.

Porém, Donner já havia dirigido 80% de todo o filme o que, pela lógica, o tornaria o principal diretor do projeto. Mas o clima nos bastidores entre Donner e os produtores estava tão pesado que Lester levou todo o crédito, sendo creditado oficialmente como o diretor de “Superman II”. Tal discussão afetou até os atores, que apoiavam Donner e criticavam a postura dos produtores. Gene Hackman, que interpreta o vilão Lex Luthor, não aceitou voltar no terceiro filme e Margot Kidder, que faz Louis Lane, foi esnobada também no terceiro capítulo aparecendo por menos de cinco minutos.


Obviamente que tais problemas prejudicam certos entendimentos da história, principalmente em seu final, que no corte original não fala o que aconteceu com Lex Luthor e ficamos sem entender o porquê dele aparecer preso no quarto filme. A gente tem um entendimento melhor na versão editada por Richard Donner, que foi lançada em 2006 trazendo mais de 20 minutos que não foram exibidos no cinema.

Mas ainda assim, a história deste “Superman II – A Aventura Continua” por si só deixa muito a desejar. O equilíbrio narrativo, que seria perdido nas continuações, existe aqui. O filme é bem dosado em sua ação, no humor, vindo principalmente da excelente atuação de Christopher Reeve, e na relação entre Louis Lane e o herói, que aqui ela descobre ser o seu colega de trabalho Clark Kent. Isso cria uma liberdade maior para explorar a relação dos dois gerando maior afinidade entre ambos.


Porém, tirando isso, não me agradei muito com os rumos tomados em relação ao vilão Zod (Terence Stamp) e seus dois auxiliares, Ursa (Sarah Douglas) e Non (Jack O´Halloran). Zod foi comissário em Krypton, virou general, esteve lado a lado com o pai de Karl-El/Superman, até se tornar um criminoso perigoso e ser banido do planeta Krypton antes da sua destruição. Zod, Ursa e Non são colocados numa zona fantasma (um tipo de prisão) e jogados no universo. Passam anos até conseguirem sair da zona fantasma e chegar até a Terra. Até então eles não sabem que o filho de Jor-El (pai biológico do Superman e responsável pela prisão e banimento dos três criminosos) mora no planeta, e quando descobrem, o plano inicial de dominar a Terra transforma-se num plano de vingança.

Pois bem, Zod é um personagem muito complexo e interessante em relação à figura do Superman. Principalmente por ser da mesma raça e um dos sobreviventes do planeta natal do herói. Zod serve como contraponto de caráter e ideais entre ele e o Superman. Ambas são duas figuras que compartilham dos mesmos poderes, mas possuem maneiras distintas de como utilizá-los. Acredito que o filme de Zack Snyder irá focar muito bem nisso, abordando com maiores detalhes o passado de Zod e sua relação com o Superman e sua família biológica.


Entretanto, tudo isso é meramente deixado de lado pelo roteiro e o que temos é um vilão ameaçador de fato, mas vazio em suas motivações e em sua história. O resultado final que temos é a de uma vingança pessoal que, felizmente, consegue bem empolgante em alguns momentos. Mas, particularmente, pouco convincente.

E o que falar da presença desnecessária de Lex Luthor? Gene Hackman continua ótimo e se divertindo horrores, mas Luthor pouco acrescenta ao filme e é usado mais como alivio cômico do que como um dos vilões. Aliás, Luthor é o principal vilão do Superman e um dos mais temíveis, se bem usado. Um personagem que chegou a ser presidente dos EUA nos quadrinhos. Um manipulador, assassino, insano e sem limites na sua busca por poder e mais poder. Mais no cinema nunca tivemos um Luthor desse porte. Principalmente nesses filmes antigos, Luthor é um empresário bilionário que quer dominar o mundo criando planos mirabolantes, beirando a infantilidade, e a todo instante o personagem se auto afirma como “a maior mente criminosa que o mundo já viu!”, como que querendo lembrar a todos que ele é um homem mal na história. Pena que o resultado soa mais cômico e banal, do que ameaçador, ou enigmático.


Outro detalhe que me deixa nervoso são as resoluções instantâneas que o roteiro apresenta. Você precisa destruir os vilões? Basta prendê-los numa capsula que extrai toda a força tornando-os indivíduos comum. Ou como no luta entre o herói e os vilões na Fortaleza da Solidão no final do filme. O Superman se multiplica de maneira inexplicável para confundi-los, arremessa, a lá Batman, uma “não sei o quê” no formato do seu símbolo para neutralizar suas ações e alguns outros detalhes que ao longo de todos os filmes antigos são jogadas na mesa, mas nunca explicadas. Isso que me deixa pouco fã do personagem, principalmente no cinema. Estou confiante que no filme deste ano, “O Homem de Aço”, o realismo injetado na história do herói, assim como a discussão sobre como o mundo seria se tivesse um ser como o Super Homem, trarão maior profundidade e seriedade ao personagem. Principalmente uma definição melhor acerca dos seus poderes e quais os seus limites.

Superman II – A Aventura Continua” segue a linha do original mantendo a seriedade da franquia. O que virá depois talvez nem mereça ser lembrando. Não agora. E ainda que tenha problemas, “Superman II” é um entretenimento divertido e envolvente. Nada surpreendente, mas vale a pena. O segundo melhor filme do Homem de Aço no cinema. Pelo menos até agora.

Nota: «««««

Comentário por Matheus C. Vilela

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